Os Miseráveis é um dos livros mais conhecidos da literatura mundial, sendo uma verdadeira obra de arte. Escrito por Victor Hugo, o livro foi publicado oficialmente em 1862 e, desde então, faz um enorme sucesso, conquistando gerações.
Em relação à própria obra, ela tem início em 1815 e vai até em torno de 1834. Na narrativa, é possível acompanhar uma série de revoltas ocorridas na França naquele período.
Como o próprio nome sugere, a ideia é mostrar como era a vida das pessoas miseráveis que viviam na França.
Pobres, eles sofrem dia a dia com a fome, além de serem tratados como verdadeiras escórias da sociedade.
Especificamente, nessa época ocorreu a Batalha de Waterloo (1815) e os Motins de Junho de 1832, que marcaram a época.
Mas se você quer conhecer melhor essa obra incrível, acompanhe a seguir a resenha do livro “Os Miseráveis”.
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Victor Marie Hugo, que ficou mundialmente conhecido por ser o autor de “Os Miseráveis”, nasceu no dia 26 de fevereiro de 1802, em Ville de Besançon, localizada na região da Borgonha, na França.
O escritor teve uma vida muito produtiva, falecendo em 22 de maio de 1885, na cidade de Paris, capital francesa.
Mas deixou como legado para o mundo duas obras consideradas grandes ícones da literatura mundial.
Além de “Os Miseráveis”, ele também escreveu “Notre Dame de Paris”, obra mais popularmente conhecida como “O Corcunda de Notre Dame”.
Tanto uma quanto a outra fizeram um enorme sucesso e ganharam adaptações para o cinema, televisão e para obras infantis.
Mas “Os Miseráveis” teve uma maior relevância, tendo ganhado várias adaptações cinematográficas.
Uma delas teve ainda mais destaque, já que conseguiu impressionar o público e os críticos, recebendo inclusive 3 estatuetas do Oscar da Academia de Hollywood em 2013.
Existem também adaptações para o teatro que são de grande relevância. Inclusive, o musical se apresenta em Londres, no Barbican Arts Centre desde 1985.
Inclusive no Brasil também ocorreram várias apresentações que foram muito bem aceitas pelo público e elogiadas pela crítica.
Tudo isso só demonstra de maneira ainda mais intensa o quanto Victor Hugo foi genial e conseguiu criar obras simplesmente impressionantes.
Breve análise do livro Os Miseráveis
O livro “Os Miseráveis” são obras muito relevantes para a literatura. Todas as pessoas do mundo deveriam pelo menos ter uma noção daquilo que elas representam.
Obviamente, não dá para expressar toda a genialidade do autor em um breve resumo e apresentação, mas mesmo assim você pode ter uma ideia, que com certeza vai fazer com que desperte uma vontade de explorar muito mais esse livro.
Começando pelas informações mais importantes, veja as características da obra.
- Autor: victor hugo
- Ano de publicação: 1862
- Gênero: romance histórico, drama
Incrivelmente comovente, “Os Miseráveis” é um dos melhores livros que existem no mundo e não é à toa que isso acontece.
Segundo críticos e leitores, esta é, na verdade, uma obra de arte pintada com palavras, tal é a riqueza de detalhes que se observa.
Ao ter contato com esse livro é possível imaginar exatamente as cenas como elas acontecem, o que dá uma sensação de realismo tremendo.
O principal acontecimento aqui é a famosa Batalha de Waterloo e os motins de 1832 ocorridos em Paris naquela época.
E o melhor de tudo é que ele tinha um entendimento político excelente e uma maneira bem peculiar de falar sobre esse tema.
De uma maneira simples de entender e uma linguagem extremamente atrativa e sincera, o autor consegue abordar de forma peculiar toda a desigualdade social e a miséria que ocorria na França naquela época e que tanto revoltava a população.
Aqui também é feito um retrato sobre o quanto o empreendedorismo e o trabalho são imprescindíveis para o bem-estar individual e da própria sociedade como um todo.
Existe ainda uma grande ênfase na temática do desequilíbrio do Estado, bem como os grandes conflitos entre a população revolucionária e a polícia.
Mas em meio a todos os problemas que as pessoas viviam, ainda era possível encontrar o amor, bem como os benefícios de se entregar completamente ao próximo.
O principal personagem aqui é Jean Valjean, considerado utópico e que vai se transformando com o decorrer da narrativa.
A sua evolução é muito pronunciada e, inclusive, consegue comover em muito a maioria dos leitores.
Constantemente o leitor percebe com ele que o caminho mais simples e mais confortável não é a melhor opção na maioria das vezes.
O protagonista vai então percorrendo o caminho da consciência, mostrando que deve sempre existir algo de importante que justifique qualquer ação das pessoas.
E com certeza, é o amor que serve como guia nessa jornada de descobertas pela qual o protagonista passa e que o ajuda a evoluir muito como pessoa.
Conheça cada parte do livro Os Miseráveis
Para conhecer o livro “Os Miseráveis” mais a fundo, você deve conhecer as principais partes e acontecimentos dele.
Sendo assim, falaremos sobre isso a seguir.
Primeira Parte: Fantine
Nessa resenha do livro Os Miseráveis, seguiremos a ordem em que os fatos estão dispostos na obra.
Fantine é a primeira parte dessa obra incrível. Aqui é provável que o leitor se sinta, ao mesmo tempo, triste e comovido.
Victor Hugo traz uma apresentação extremamente verossímil sobre o que acontecia com a população mais necessitada da França.
O mais interessante é que os fatos fictícios estão sempre relacionados com grandes acontecimentos históricos.
Já nessa primeira parte, o leitor se depara com a história do Senhor Myriel, Bispo de Digne que vivia com suas duas irmãs, Baptistine e Magloire.
O homem é descrito como uma pessoa que estava sempre dedicada a cuidar das pessoas ao seu redor, além de disseminar muitos pensamentos e conhecimentos associados à sua religião.
Como era de se esperar para uma obra da época, “Os Miseráveis” tem um caráter religioso intenso. E é por meio do personagem do Senhor Myriel que é possível perceber o que existe de mais belo e intenso na fé humana.
Mas assim como é possível perceber, este livro tem uma crítica político-social bastante intensa, que se pode perceber claramente apenas observando a maneira como o Bispo lidava com algumas temáticas.
A relação de Jean Valjean com o Bispo de Digne
Jean Valjean é um homem que basicamente foi abandonado pela sua vida, mas as coisas começam a melhorar quando ele se encontra com o Bispo.
É a partir desse momento que a vida dele começa a mudar. Ele passa por um grande processo de amadurecimento que modifica a sua trajetória para sempre.
Caminhando paralelamente aos fatos ocorridos com Jean, temos a história de Fantine, que também é considerada triste.
Mãe solteira, ela se vê incapaz de conseguir tomar conta da sua filhinha e, por isso, a deixa com a família Thénardier.
No entanto, eles não são nada gentis com Fantine e exigem cada vez mais que a jovem lhes dê dinheiro para os cuidados com a pequena Cosette.
Antes desses acontecimentos Fantine era alegre e bela, mas com o seu destino considerado cruel, tudo isso é levado dela, dando lugar à tristeza e apatia.
Tudo isso é muito cruel e, inclusive, o leitor pode se sentir impressionado ao se dar conta de todas essas questões entristecedoras sobre essas pessoas e o seu destino.
O mais interessante de tudo é que o narrador aqui é onisciente e estabelece diálogos profundos com o leitor, levando-o a refletir sobre diversas questões.
Isso causa até um certo incômodo, visto que o leitor pode começar a refletir sobre a própria culpa em relação a esses problemas sociais.
Segunda Parte: Cosette
Nessa segunda parte de “Os Miseráveis”, o autor consegue narrar com uma enorme riqueza de detalhes o que aconteceu na Batalha de Waterloo.
É diante dessas descrições que se pode conhecer melhor os fatos que moldaram o Sr. Thénardier.
De certa forma, isso ajuda a compreender um pouco sobre o que aconteceu com ele e justificar um pouco a maneira como ele age.
Nessa segunda parte o leitor também tem contato com a relação entre Cosette e Jean Valjean. Em certos momentos, é possível sentir de maneira intensa os maus tratos e os sofrimentos aos quais a pequena era submetida diariamente.
Chega a ser perturbador ir descobrindo aos poucos o quanto os Thénardier podiam ser cruéis com a menina.
É fácil ficar completamente imerso nessa leitura e querer defender a pequena Cosette com todas as forças.
A parte boa aqui é que mesmo após passar por torturas durante tanto tempo, ela ainda conseguiu manter toda a pureza de uma criança.
Graças a isso ela conseguiu trabalhar os seus sentimentos e, assim, desenvolver um amor que nem sabia que seria capaz de sentir.
Referências à maternidade
Essa é a parte do livro na qual as referências ao tema da maternidade são mais intensas e, inclusive, chegam a deixar o leitor com fortes reflexões.
De acordo com a obra, “Uma menina sem boneca é quase tão infeliz e tão completamente impossível quanto uma mulher sem filhos”.
Mesmo que você não concorde com o que essa frase diz, é difícil não torcer pela mãe e filha citadas aqui.
Sem dúvidas, pelo menos essa mãe não é capaz de viver feliz e encontrar um sentido na sua existência se ela estiver longe da filha e, mais do que isso, se não souber que ela está feliz.
Outra forte alusão ao tema da maternidade é observada quando Jean Valjean consegue resgatar Cosette, cumprindo a promessa feita a Fantine.
Isso acontece exatamente nove meses após o falecimento da mãe e a forma como Jean Valjean olha para Cosette e cuida dela, é comparada à felicidade de uma mãe ao ver o filho logo após o nascimento.
A forma de escrita de Victor Hugo é muito interessante
Victor Hugo é um dos maiores e melhores escritores de todos os tempos, e não é difícil perceber os principais motivos disso.
A maneira como ele escreve é realmente incrível, e chama a atenção a forma como ele consegue retomar os personagens que foram apresentados em outros momentos.
E até mesmo aqueles que pareciam ser secundários anteriormente, começam a ganhar mais destaque.
Essa é uma estratégia eficiente que o autor possui para deixar o leitor muito mais preso à narrativa e para que ele se sinta realmente como se estivesse dentro dela.
Em vários pontos, Victor Hugo também demonstra as suas opiniões pessoais de maneira bem intensa, falando sobre fé. Em muitos momentos, o leitor se vê completamente tomado por essa indignação vivida pelo autor.
Terceira parte: Marius
Esta terceira parte de “Os Miseráveis” tem algo de especial, uma vez que muitos personagens que não eram tão importantes, agora ganham destaque.
Os livros também são menores, o que torna a leitura bastante interessante, sendo que ela fica menos maçante assim.
Muitos leitores relatam que a sensação ao ler essa terceira parte é de que toda a narrativa se afunila aqui, de modo que os principais fatos narrados até então se cruzam agora.
Isso torna tudo ainda mais interessante, fazendo com que o leitor simplesmente se prenda à narrativa.
São muitas as relações que se estabelecem aqui, criando paralelos com os demais fatos já narrados na história.
Conhecendo a vida de Marius
Na terceira parte de “Os Miseráveis”, se conhece a história de Marius desde o momento em que ele vem ao mundo.
Logo o leitor começa a perceber o quanto a infância do garoto foi sofrida, sobretudo por ele ter perdido a mãe e crescido sem o pai.
Criado pelo avô, o menino não recebia demonstrações de afeto por parte dos seus cuidadores.
Quando se torna adulto, Marius descobre quem foi o seu pai, um coronel da Batalha de Waterloo que foi salvo por Thénardier.
Durante muito tempo, Marius buscou encontrar com o homem que havia salvado a vida do seu pai, mas ele nunca conseguiu chegar até ele.
Cosette reaparece na terceira parte de Os Miseráveis
No início do livro Cosette era apenas uma criança, agora ela tem quinze anos, estando sempre acompanhada daquele que ela considerava ser seu pai.
A jovem agora crescida estava belíssima e acabou conquistando o coração de Marius. A grande questão aqui é que o amor é totalmente novo para ele, sendo interessante ver como ele vai descobrindo tudo isso.
Nessa terceira parte, é muito interessante ver a maneira como a história dos personagens vai se resolvendo, sendo levada pelo que se pode chamar de destino.
Nessa etapa do livro, começam a ocorrer muitos acontecimentos reveladores e extremamente intensos.
E como é a marca registrada de Victor Hugo, os acontecimentos históricos se fazem presentes, sempre enfatizando os conflitos políticos e populares que existiam na França naquela época.
Quarta parte: o idílio da rua Plumet e a epopeia da rua Saint-Denis
Na quarta parte de “Os Miseráveis”, o leitor pode ter um pouco de dificuldade com a velocidade dos fatos, que se mostram bem mais cansativos em relação aos outros.
Aqui, o enfoque é o jovem Gavroche, que teve uma infância de rejeição e falta de carinho. Abandonado pelos seus pais, ele vivia na rua tentando sobreviver dia após dia.
No entanto, ele é descrito como sendo bem esperto e inteligente, de modo que sempre está em vários locais e procura ajudar as pessoas da maneira como consegue.
Mesmo diante de todos os problemas vividos por ele, procura se manter sempre feliz e otimista em relação à vida.
Conforme os fatos vão sendo descritos, a história do jovem se encontra com a trajetória dos demais personagens da narrativa.
Isso deixa a leitura mais interessante, sobretudo a partir do momento em que o autor apresenta um pouco melhor a família dos Thénardier, inclusive os filhos.
Em relação aos acontecimentos históricos reais da época, Victor Hugo mostra detalhes sobre insurreições e revoltas, enfatizando a revolução de 1830 e o movimento de junho de 1832.
Impressões sobre a quarta parte
Essa quarta parte de “Os Miseráveis” tem um ponto bastante interessante que é o fato de um livro todo ser dedicado a falar sobre as gírias.
Nitidamente essa é uma maneira que o autor encontrou de desabafar um pouco sobre o uso de recursos de linguagem coloquial em obras literárias.
É nítido que existia um grande preconceito com relação à linguagem. Por não saber usar recursos mais avançados de linguagem, a classe mais humilde simplesmente era esquecida.
Nesse sentido, parece que Victor Hugo ultrapassa uma grande barreira do tempo e coloca um tema completamente atemporal aqui.
Mas em meio a essa questão mais crítica, a trama em relação aos personagens continua. Agora Marius e Cosette vão um pouco mais além com o relacionamento deles.
Em relação a essa parte, assim como acontece nas demais, Victor Hugo escreve de modo a sempre exaltar a imagem feminina.
A maneira como ele trata as crianças e idosos com respeito e carinho também é algo bastante relevante.
Quinta parte: Jean Valjean
Esta é a quinta e última parte de “Os Miseráveis”, onde o autor encerrar a narrativa de maneira incrível.
De maneira impecável, os fatos vão acontecendo na medida que o autor consegue retomar todos os personagens, deixando os leitores profundamente emocionados e comovidos.
Além de também ter aqui um caráter de exaltação à imagem da mulher, o autor também fala sobre temas como perdão, solidão, resiliência, amor e perdão. Tudo da forma mais pura possível.
Victor Hugo também deixa claro que tem imenso respeito pela intimidade sexual. O que é bastante interessante na análise da obra.
Personagens da quinta parte
Assim como o restante da obra, essa quinta parte é escrita de maneira magnífica, trazendo para o centro das atenções alguns personagens.
Um deles que aparece e realmente conquista os leitores é o Sr. Gillenormand, avô de Marius. O mais interessante aqui é que mesmo que esse homem tenha maltratado o neto, Victor Hugo consegue descrever ele de uma maneira peculiar.
O que acontecia, na verdade, era que o avô do garoto não era capaz de expressar os seus sentimentos adequadamente.
E é justamente esse antagonismo que consegue provocar uma série de reflexões nos leitores. Muitos chegam até mesmo a se comover com o idoso, que agora com noventa anos, era um homem feliz e agradável.
Confira Outros Livros Interessantes de Victor Hugo
Victor Hugo foi um romancista, poeta e dramaturgo, além da obra citada acima temos ainda O Corcunda de Notre-Dame. Para conferir mais obras de Victor Hugo é só clicar no link abaixo.
Conclusão
Não é à toa que “Os Miseráveis” é uma das maiores obras da literatura mundial de todos os tempos.
Victor Hugo conseguiu criar uma narrativa incrível, que prende os leitores e quase os leva para dentro dos acontecimentos.
O livro mexe com os sentimentos e imaginação dos leitores, provocando uma grande onda de reflexões. Para muita gente, este é um livro que transforma.
Para saber se o mesmo pode acontecer com você, invista na leitura de “Os Miseráveis”.